Akuyaku Reijou Level 99: Watashi wa Ura-Boss desu ga Maou dewa Arimasen
Sem dúvida, é um anime cativante e prazeroso de assistir, só precisava de uma animação de melhor qualidade para sagrar-se como o melhor anime da sua temporada. Está obra evidência que as boas tramas são melhores que as grandes produções.
Boku no Kokoro no Yabai Yatsu Season 2
O romance escolar é bastante comum, mas este anime tem uma trama com um emaranhado diferente. Além disso, é bem dirigido, recebeu uma boa animação e é cativante. A segunda temporada tem se apresentado como superior a muitos romances, até mesmo em relação à sua prestigiada primeira temporada. Muito disso é em virtude de o ponto forte dessa obra continuar sendo nos bons personagens e nas atraentes interações entre eles.
Dosanko Gal wa Namara Menkoi
O anime apresenta alguns personagens adoráveis, e por ser ambientado constantemente na neve, proporciona situações instigantes. Entretanto, a experiência pode ser prejudicada pelos clichês de um romance lento, com harém e escolar.
Dungeon Meshi
Enorme decepção! Para uma obra baseada em um mangá tão elogiado, esperava-se uma ótima história. No entanto, é apenas um anime de culinária fictícia, com ingredientes que são monstros fictícios. Em outras palavras, é extremamente chato.
Ishura
A proposta é boa e a produção é melhor do que o esperado, mas a obra tem dificuldades em apresentar diversos personagens principais. Além dos problemas com a narrativa, há uma falta de verossimilhança e identificação. Pois, os personagens têm poderes absurdos demais que desafiam as próprias regras deste mundo. Além de terem personalidades incomuns e alguns deles nem sequer serem humanos. Apesar de as expectativas terem sido reduzidas, ainda pode surpreender, uma vez que o anime Saitou-san foi bem mais ousado do que Ishura em não seguir os padrões narrativos nos primeiros episódios e na forma como apresentou os personagens.
Jaku-Chara Tomozaki-kun 2nd Stage
Esta segunda temporada alterou o foco da problemática do protagonista para outro personagem que era secundário na primeira temporada. Tem um lado positivo que é poder explorar a problemática por outros ângulos, sem se tornar entediante, ao mesmo tempo que continua o desenvolvimento do personagem principal. No entanto, essa mudança fez os romances que estavam sendo desenvolvidos ficarem escanteados. Além disso, deu uma aliviada nos temas profundos, controversos e polêmicos. Apesar da suavização, o conteúdo crítico, que torna esta obra especial, permanece bastante presente e complexo.
Majo to Yajuu
Esse é um dos melhores animes da temporada, pois há mistérios instigantes, ação explosiva e personagens com motivações orgânicas. É possível notar também que há uma complexidade nas motivações. Complexidade essa não apenas nas motivações dos protagonistas, mas também nas motivações dos vilões e dos personagens secundários. Ademais, as tramas também são bem elaboradas, com desfechos inesperados, controversos e reflexivos.
No entanto, é um anime Seinen, que deveria ser mais maduro e ter um ritmo adequado. O ritmo rápido, em que um arco é resolvido em um ou dois episódios, obriga os diálogos a serem diretos, menos naturais e com menor maturidade. Além disso, esse ritmo força a finalização de bons personagens e de boas tramas muito precocemente. Também é preciso salientar que, às vezes, é excessivamente pesado, levando posteriormente a suavizações que são por demais excessivas, como as ocorridas no final do primeiro episódio.
Mashle: Shinkakusha Kouho Senbatsu Shiken-hen
Esta temporada inicia-se descartando o que norteava toda a história, que era a principal piada do anime, a de que quase ninguém da trama sabia que o protagonista não era capaz de usar magia. Para tentar compensar, exageram na utilização de outras piadas, de tal forma que as tornam forçadas. A questão não se limita à perda do principal fator cômico, mas à perda de algo tão basilar nessa história que só pode ser identificado como à quebra de uma premissa. Isso resulta em uma diminuição da motivação do personagem e do interesse do público em continuar a acompanhar a obra. Posto que essa revelação deveria ser um clímax de finalização e não um elemento de início de uma nova temporada. Restando apenas de material ao anime uma trama de ação clássica shounem.
Mato Seihei no Slave
O ecchi por vezes vem de cenas ridículas, com elementos imaturos, mas ainda assim é legal. O anime apresenta também alguns personagens interessantes, e a produção está aceitável. No entanto, a premissa é vergonha alheia; a construção de mundo é péssima; a história consegue ser forçada, mesmo sendo simplória; e a trama é repleta de clichês. A impressão é que o anime quer ser um sonho erótico de um estereótipo de virgem masoquista. Para completar a cereja do bolo, o anime tem um terrível trabalho de som.
Metallic Rouge
É belo, bem animado, inteligente e complexo. As constantes cenas de ação são um destaque, uma vez que a computação gráfica não destoa, a tal ponto de suscitar dúvidas se de fato está sendo utilizada. Além disso, as cenas de ação se destacam por serem detalhadas, terem consistência e uma fluidez acima da média. Outro aspecto positivo da obra são as várias temáticas que aborda, como: o papel das máquinas, a fragilidade da vida, a eternidade, a liberdade, e a protagonista lutando contra coisas que deveriam ser do seu interesse.
Entretanto, é provável que o anime não agradará a todos, uma vez que apresenta apenas mulheres protagonistas e desempenhando atividades típicas masculinas. Além disso, o ambiente de Marte costumeiramente não é bem aceito pelo público contemporâneo. Para completar, há uma ausência de um romance, que é um atrativo comum em animes.
No passado, a ficção científica já utilizou Marte para inúmeras obras de sucesso, mas isso era em uma época em que se tinha pouco conhecimento do planeta e as especulações fascinantes dominavam o senso comum. Continuar usando Marte como uma Terra 2.0, não é somente uma questão de saturamento no gênero, mas principalmente de não mais parecer algo plausível.
É possível notar uma tentativa de tornar as protagonistas mais femininas, talvez como uma forma de antecipar possíveis críticas, mas não tem como ocultar a ideologia progressista presente. Esta ideologia tem causado a destruição de boas histórias e acabado com a indústria do entretenimento. Como consequência das péssimas obras ideológicas, existe nesta geração uma grande rejeição automática do público. No entanto, nem sempre uma obra com essa ideologia é ruim. Infelizmente, apesar de Metallic Rouge ser ótimo, não foi lançado no tempo certo para poder brilhar. Ademais, é preciso fazer um adendo de que a ingenuidade GoKu, mesmo que em pequenas gotas, não combina com personagens femininas.
Ore dake Level Up na Ken
O anime correspondeu às expectativas com relação a ter uma boa produção e direção. Os momentos de ação são as melhores partes, pois transmitem muita tensão. Contudo, o anime permanece com a mesma premissa desagradável do original.
O primeiro episódio é típico de um bom anime, com alguns pontos diferenciados e acima da média. O segundo episódio é ótimo, com muita ação, bom drama e uma tensão espetacular. Entretanto, o terceiro episódio é chato, consistindo apenas em explicar a premissa, a qual ninguém se importa e é cheia de problemas.
Youkoso Jitsuryoku Shijou Shugi no Kyoushitsu e 3rd Season
A produção é mediana como o esperado, mas a trama está sendo constantemente instigante. Se continuar atraente assim por mais alguns episódios seguidos, será a temporada mais continuamente instigante. Entretanto, isoladamente, os episódios da terceira temporada já são mais constantes em se manterem todo tempo cativantes. A primeira temporada tem uma primeira metade excelente e a segunda metade é um desastre, com exceção talvez do último episódio. A segunda temporada tem um ótimo último arco, além de mais alguns episódios esporádicos ou cenas deles. A terceira temporada é continuamente ótima, faltando apenas um grande clímax para se consolidar como a melhor das temporadas.
Apesar dos aspectos positivos desta terceira temporada, há algo em Classroom of the Elite que incomoda em todas as temporadas. O anime sofreu muitas alterações em relação ao seu material original, em virtude de reduzirem muito o número de alunos nas salas. Embora essas modificações causem uma desorganização em determinados aspectos do anime, o que mais incomoda é que, apesar da redução de alunos, não resolveu o problema da abundância de personagens. Por vezes, é possível confundir os personagens, esquecer quem era aquele personagem e outras situações semelhantes. Além disso, há muitos personagens que só são importantes ocasionalmente e ficam flutuando em tela a maior parte do tempo. Há também o caso das garotas Kei e Ichinose, que são personagens carismáticas, mas acabam ocupando o lugar consolidado da Horikita, o que é algo extremamente desagradável.
Yubisaki to Renren
A trama tem um grande valor, está bem produzido, tem bons personagens, e momentos esplendorosos. No entanto, o anime consegue ser durante a maior parte do tempo monótono, gerando uma sonolência.
Yumemiru Danshi wa Genjitsushugisha —Do que vi nesses três primeiros episódios deu ruim. Somente o terceiro episódio é que destoa, pois foi significativamente melhor em tudo, mas não acredito que salve a obra, nem que o anime vá se manter assim e mesmo que se mantivesse ainda era preciso melhorar bastante. Primeiramente com relação à parte visual, as primeiras imagens aparentavam uma boa produção, depois veio o trailer que me desiludiu, mas eu não estava preparado para o que de fato seria. Não exijo muito visualmente de uma obra com esse tipo de proposta e de fato não precisa, porém está abaixo do mínimo aceitável. Já com relação à história, a premissa é maravilhosa, mas o desenvolvimento é um fracasso. Não vale o tempo que desprendo assistindo e gostaria muito de desistir, só não faço isso por conta do princípio de ser determinado.
Temple — Esperava mais da comédia, do romance e do ecchi. Não chega a ser tão ruim ao ponto de ter vontade de desistir, mas também não oferece muitos estímulos a continuar. Se eu soubesse que seria tão morno nem teria começado.
Watashi no Shiawase na Kekkon — Só tem uma coisa que não gosto nessa obra, que é a parte dos poderes sobrenaturais. Até entendo que tenha uma relevância para a história, mas se é para ter esse elemento nesse tipo de trama, preferiria que fosse bem mais discreto. Em todo e qualquer outro aspecto desse anime só tenho elogios a oferecer. Sabia que a história teria uma carga dramática, porém eu não sabia que seria tão bem desenvolvida e passando as emoções com perfeição. Eu tinha boas expectativas, mas o anime em muito as superou.
Suki na Ko ga Megane wo Wasureta — Confesso que tinha um pouco mais de expectativas porque o mangá é muito bem avaliado. Talvez haja uma evolução mais para frente, porém pelo menos nesse início a história foi bem aquilo que estava na sinopse. Mesmo que em termos da história em si não tenha nada de mais, a experiência é absurdamente melhorada com o espetáculo visual que esse anime oferece. Logo, pelo modo como a história é contada, passa bem as emoções e o anime merece ser acompanhado até o final.
Zom 100: Zombie ni Naru made ni Shitai 100 no Koto — O fato é que a equipe de produção está com sangue nos olhos, está melhorando absurdamente a obra em relação ao mangá. Eu peço desculpas porque desconfiei desse anime por ser o primeiro trabalho desse estúdio. O anime é simplesmente maravilhoso, acredito que já posso cravar como o melhor da temporada, quem não está assistindo está perdendo e isso é tudo que tenho a dizer.
Rurouni Kenshin: Meiji Kenkaku Romantan (2023) — Em termos narrativos atendeu um dos meus maiores desejos, que era de diminuírem as enrolações e os eufemismos. Coisas que a primeira versão tem e que eram típicas da época, pois faziam isso para deixarem as obras mais leves, compridas e bem mais autorais do diretor, quase algo a parte. Isso foi um ponto bastante positivo, porque também não fizeram de uma forma que estivesse compactando tudo em um ritmo apressado, como geralmente fazem em outros remakes e que eu muito temia. Nesses três primeiros episódios adaptaram praticamente um capítulo por episódio. Além disso, é uma versão muitíssimo mais fiel ao mangá, mas não é completamente fiel, pois tenta ter uma identidade própria, mudando apenas alguns aspectos que melhorem o material fonte. Portanto, tem uma direção mais respeitosa que segue os padrões modernos de adaptação. Somente com isso já justificaria a necessidade desse anime existir.
Outro ponto que chama a atenção é a parte cômica, que era bastante escrachada na primeira versão, sendo uma marca registrada do título e que foi bastante abrandada na atual. Apesar desse viés cômico da antiga ser bom, nunca foi o que fez essa obra ser gigante. Mais do que isso, é um viés característico de uma época, sendo atualmente datado e que não faria sucesso com as novas gerações. Além do mais, ficaria injustificável refazer e acompanhar algo idêntico ao que já foi feito. Dessa forma, compreendo perfeitamente as motivações para as mudanças e concordo plenamente com uma versão mais sóbria, especialmente em relação ao protagonista. No mais, o tom sério combina muito melhor com a premissa da obra. No entanto, não é tão sério como o tom dado aos filmes e as OVAs, que comprovadamente são agradáveis. Portanto, acaba tendo uma certa originalidade, tendo em vista que também o mangá não é nem de perto tão cômico como a primeira versão para anime, mas ainda é bem mais cômico do que a nova versão.
A primeira adaptação visualmente hoje não parece nada de mais, mas na época que foi lançada estava acima da média, tanto que continua sendo bastante aceitável até os dias atuais. Destaque para as cenas de ação, que ainda conseguem me chamar mais atenção na versão anterior do que nesta de 2023. Com isso não estou dizendo que em relação à imagem a versão atual seja ruim, de forma alguma, pois deu uma boa repaginada que se fazia necessária, e melhorou algumas coisas como cores, sombras e detalhamentos. Apenas não está tão primorosa para conseguir impressionar tanto como a primeira versão quando foi lançada, sendo meramente suficientemente boa para ser admissível e para ser parcialmente justificável.
Um rurouni é um samurai que não tem mais um mestre, uma pessoa que não tem um sentido para a sua existência, é um andarilho que se move como as ondas do mar. Há uma profundidade nos personagens desse anime por serem pessoas que faziam parte da classe samurai, a qual nessa época retratada na obra deixava de existir do dia para a noite com o fim do xogunato e com a devolução dos poderes ao imperador após cerca de 700 anos. Todos os integrantes da casta samurai passaram a não ter rumo e a entrarem em uma crise coletiva de identidade, tendo em vista que o imperador impôs o fim do feudalismo no Japão. Pegar um ronin que já seria naturalmente uma pessoa sem rumo, para simbolizar esse dilema de toda uma classe, fazendo dessa trama uma jornada de encontro de um novo caminho em uma era de paz, é uma ideia acertadíssima. Ainda mais quando o ronin em questão parte em defesa dos valores e das virtudes dos samurais, enquanto carrega pesares, ressentimentos, arrependimentos, mesmo após o fim de sua era. Basicamente é uma jornada existencial representada por um ronin que somente por ser um ronin já seria temido, mas que era especialmente respeitado, por ser um retalhador, alguém extremamente forte e também um herói que teve a sua responsabilidade pelo fim do regime anterior. Fato que ironicamente acabou com a sua casta. O protagonista nessa jornada também confronta a decadência da sua classe e enfrenta outros samurais fortemente habilidosos que buscam outros caminhos. A história fica mais rica quando se pensa que de fato existiu um samurai de verdade que inspirou tal personagem.
O ponto mais forte dessa obra sempre foram os dramas com partes de heroísmo, de moral e de romance, tudo em um ambiente histórico. A comédia tem destaque, mas acaba sendo um alívio complementar para uma mensagem profunda, reflexiva, poética e triste. Logo, um tom mais sério é melhor para ressaltar tais coisas e tornar a trama mais verossímil. Por isso, se essa versão continuar assim e adaptar tudo, será a definitiva e superior à primeira. Dando um bom motivo para quem já conhecia esse trabalho a acompanhar essa nova versão. Já para quem não conhecia, sugiro que se livre de preconceitos por ser um remake de um anime antigo, posto que está sendo uma ótima adaptação que vale muito ser assistida. No mais, a tendência é só aumentar cada vez mais a sua popularidade, sendo já o quinto anime mais comentado da temporada e não me surpreenderia em nada se terminasse como o mais popular dela.
Helck — Os desenhos de personagens não são dos mais agradáveis, e o mundo é muito fantasioso e meio genérico. Dito esses desagrados, é um dos melhores animes para ser acompanhado dessa temporada, pois essa trama pega uma premissa cativante e a desenvolve bem, com um ótimo viés cômico e usando de bons personagens. Quase que eu não começava a assistir esse anime por preconceito, mas eu teria perdido uma ótima diversão.
Dekiru Neko wa Kyou mo Yuuutsu — O anime tem muita computação gráfica, mas é tão bem feita que sem dúvidas pelo menos visualmente é um dos melhores animes da temporada. A obra sabe que está dando um espetáculo nesse quesito, logo explora bastante os cenários, enquadramentos e efeitos. Nessa parte visual já era o esperado por conta do trailer e esses primeiros episódios só confirmaram esse primor. O que estava realmente me deixando inseguro era se uma história com uma proposta de antropomorfismo e vida cotidiana teria algo interessante a ser mostrado. Surpreendentemente, a trama é ótima, bem mais do que a melhor das minhas expectativas. Estão bem conectadas as sucessões de acontecimentos; os personagens são carismáticos; as interações entre eles são bem cômicas; o anime tem mensagens críticas; e existe um pouco de drama no passado dos personagens. Não é um anime nota dez, mas é uma obra que merece muito ser assistida e vale a indicação.
Kanojo, Okarishimasu 3rd Season — Por enquanto só vem confirmando o que eu havia dito esperar dessa temporada. O arco dramático, o melhor da história, só deve ser apresentado nos três últimos episódios dessa temporada. Nesse início a melhor coisa é a aparição da Mini, personagem carismática que fica tentando fazer andar a relação dos protagonistas. No mais, gosto da adaptação para anime, agradeço pela sua existência, mas não espero coisa diferente para essa temporada do que aconteceu nas outras, no sentido de muitos cortes, muitas mudanças, muita coisa acelerada. Como sempre digo, o anime é top, mas o mangá é incomparavelmente melhor.
Lv1 Maou to One Room Yuusha — Foi inesperado ver que tem uma média de notas tão baixa no MAL, com isso não estou dizendo que é um suprassumo da temporada, mas que para ser justo merecia pelo menos mais um ponto na média geral. Posto que conforme a sua proposta, o anime é bem funcional; também é gostoso de assistir no sentido que sempre mantém o interesse; além disso, diverte bastante, pois a comédia é boa, indo além da sátira da premissa e contendo coisas inusitadas. Dito isso, em nada me frustrou e me agradou mais do que achei que agradaria, porém não foi muito superior ao que eu imaginava antes de começar a temporada. O que menos me agradou continua sendo a premissa de mundo que eu já olhava torto antes de ver o anime, mas isso é compensado por uma trama bem desenvolvida.
Mushoku Tensei II: Isekai Ittara Honki Dasu — Entendo e não condeno cortes no arco da escola de magia, pois é um arco muito longo, cheio de diálogos e bastante parado. No entanto, antes do arco propriamente da escola de magia, tem um excelente mini arco nesse início de temporada, que apesar de eu ter gostado, infelizmente preciso dizer que poderia ser melhor. Posto que o novo diretor não está sabendo tirar todo o potencial da obra, cortando e mudando coisas que não deveria. Esse anime tem um material original que desenvolve absolutamente tudo, que é bastante minucioso, e uma boa direção precisa saber oferecer o ritmo mais adequado nos momentos certos, com algumas mudanças somente no sentido de complementar. Outra coisa que estão falando é com relação ao primor de detalhamento nas imagens, comparando com o que havia nas temporadas anteriores e que não está sendo mantido na atual. Confesso que só senti uma leve mudança nesse sentido, logo ainda é uma produção muito acima da média, da qual espero que estejam economizando para que em momentos de clímax possam dar maior capricho.
Masamune-kun no Revenge R — O “gordo” continua sendo a coisa que mais odeio nessa obra, mas as revelações dão reviravoltas que tornam tudo muito mais agradável de ser assistido. Já sabia de algumas dessas revelações, mas não de todas e me surpreenderam terem colocado algo desse tipo em todos os três primeiros episódios, coisas até que só esperava que aparecessem no final da temporada. Esses elementos se encaixam de uma forma que é preciso reconhecer o ótimo trabalho de escrita do autor. As revelações também acabam com certos incômodos e nos fazem gostar mais de alguns personagens. A única coisa que não ficou muito legal nesse início de temporada foi a introdução da francesa, que entendo a função dela de trazer um alívio cômico, de prolongar mais a trama, mas a personagem sobra na história e não se encaixa bem.
Não é que desisti, eu simplesmente acho que já vi a grande maioria dos animes que realmente valem a pena e que vão me marcar, falta algum ou outro com certeza, mas não muitos, vou vendo aos poucos
Quanto a mangá eu não tenho muito hábito de leitura mesmo, mas tenho muitos que quero ler ainda
Parte 2 – Impressões Finais da Temporada Spring 2023.
Majutsushi Orphen Hagure Tabi: Seiiki-hen — Uma visão do céu com uma jornada para o inferno. Resume bem uma obra com extremo potencial, maravilhosas ideias, mas tudo desperdiçado por um ritmo errado e por uma baixa produção.
Essa é a quarta temporada, o anime fechou a trama principal e somando com o episódio especial dão um total de 49 episódios. Eu não li a novel, mas sei que são 200 capítulos. Logo, acredito que devam ter adaptado tudo e que não deverá ter uma quinta temporada. Até porque fui informado por terceiros que o anime adaptou tudo o que foi escrito na novel.
Talvez a trama já fosse gigantesca para essa quantidade de capítulos da novel e o anime só tenha replicado o problema com uma quantidade insuficiente de episódios. Também não sei se foi cortado algo da novel, mas independente disso o principal problema desse anime é que tudo parece absurdamente comprimido. Logo, fica difícil de se envolver com alguns personagens, de entender o enredo, e de aceitar como se fossem naturais as reviravoltas. Sei que isso havia nas outras temporadas, mas nessa última a impressão é de como se tivessem colocado um conteúdo bem maior do que os das três outras anteriores juntas em uma só.
Tudo é extremamente rápido e fica maçante de acompanhar. Em um episódio é apresentado um personagem carismático, para no seguinte ele já morrer. Em um episódio começa um arco, para no outro acabar. Por conta disso o propósito de muita coisa parece sem sentido e as resoluções são mal explicadas. Pelo menos nas outras temporadas, mesmo com os poucos recursos, as cenas com lutas não pareciam aceleradas. Já nessa se alguém piscar os olhos perde tudo. O pior que é a temporada do conflito épico, do ápice da obra, e o anime simplesmente pula a batalha decisiva sem mostrar nada. Entendo que a obra foi desacreditada, que a produção é de baixo orçamento, mas é o final. Mesmo que não fosse mostrado no mangá, posto que o anime não tinha entregado nada de especial antes, precisava exibir algo grandioso e recompensador no epílogo.
Alguém pode acreditar que com todos os problemas que existem nesse anime eu deva o odiar, mas definitivamente não consigo, porque é apresentada uma enorme quantidade de excelentes ideias. O anime até começa a desenvolver bem algumas delas, o problema é que só começa e já pula para outra ideia maravilhosa que novamente terá o mesmo destino. Portanto, tenho uma sensação mista. Por um lado, fico extremamente feliz que tenham adaptado essa obra para anime e adoraria recomendá-la. Por outro lado, literalmente fico com os olhos cheios de água e o coração apertadíssimo por ver que algo com tamanho potencial não tenha recebido uma adaptação à altura. Além disso, por mais que não seja uma ótima adaptação é apenas mediana, e quando penso nos lixos que sai toda temporada, o meu humor melhora.
Isekai de Cheat Skill wo Te ni Shita Ore wa, Genjitsu Sekai wo mo Musou Suru: Level Up wa Jinsei wo Kaeta — Os desenhos de personagens são lindos, o anime tem boa ação, agrada um protagonista forte que era fraco, as garotas são cada uma melhor que a outra, mas tem uma droga de roteiro. Resumindo, a trama é exaltação de protagonismo.
O anime foi vendido como diferente por manter uma trama em outro mundo ao mesmo tempo que mantinha outra trama com o mesmo personagem no mundo real. A primeira impressão é que apenas a parte isekai seria vergonhosa, mas à medida que o protagonista vai ficando mais forte as aberrações vão escalonando no mundo real, de tal modo que esse acaba parecendo mais ordinário do que o mundo isekai. Todo o tempo o anime fica jogando coisas extremamente artificiais com intuito bem claro de exaltação ao protagonista, coisas que nos tiram da imersão. Não parece que o autor teve o mínimo de preocupação em criar nexos narrativos que fizessem a trama parecer verossímil e coerente.
Tem uma ou outra coisinha que talvez possa se salvar na história: uma ou outra lição de moral, um pouco de romance, um pouco de empatia, e o carisma das personagens femininas. Geralmente o que acerta é o básico dos animes, diria mais, é o básico de qualquer história de fantasia. Muito disso também é por não sair das fórmulas consagradas de sucesso. Tipo: um herói que salva uma linda princesa indefesa; os colegas invejosos que fazem bullying; um personagem muito fraco que se fortalece. O pior é que tinha uma parte super pesada da história do protagonista, que tanto no anime como no mangá é passada de uma forma tão rápida, mais tão rápida que rompe a velocidade da luz, portanto a maioria das pessoas não percebe.
A verdade é que só fui dar mesmo uma chance para esse anime porque ele também foi vendido como o anime do protagonista que pegava geral, que as coisas evoluíam muitíssimo no romance e que as garotas eram 10/10. No entanto, a verdade é que o protagonista até o fim dessa temporada não pega ninguém, são apenas garotas muito legais se atirando. Pelo menos os desenhos são bonitos e algumas cenas de ação são legais.
Kaminaki Sekai no Kamisama Katsudou — Inova, tem reviravoltas, mas se equívoca com elementos genéricos e com alterações que são vergonha alheia. Essa proposta também é delicadíssima e às vezes o anime quebra ovos. No mais, na parte visual a produção é baixa.
O que mais salta aos olhos é a animação em computação gráfica, principalmente quando aparecem os monstros 3D, pois é muito destoante e espanta o público. A rotoscopia também é presente em algumas partes e causa estranheza. Com certeza sempre que alguém lembrar desse anime, recordará dessas cenas. Claro que com uma animação minimamente de qualidade não traria essa impressão tão ruim e com uma de ponta teria um efeito positivo. Entretanto, não mudaria muito do anime porque não são tantas as cenas com essas coisas. Portanto, utilizar uma animação tão fraca para algumas cenas só pode ser fruto de baixíssimo orçamento, tendo em vista que a própria proposta da obra não necessita de muitas cenas fluidas.
Naturalmente existe uma boa vontade de todo mundo ser bem mais tolerante com obras japonesas quando estas tocam em questões religiosas, em prol de uma liberdade poética e uma compreensão de que o Japão não é um país dado a religião. No entanto, um anime cujo foco principal da trama é falar da religião e fazer críticas de maneira direta e explícita, difere de usar alguns elementos de crenças religiosas, ou de fazer críticas veladas e pontuais. Nesse sentido posso dizer que é uma proposta que inova e por mais que o anime tente ser cuidadoso para não ser tão ofensivo às vezes desliza. Basicamente a visão do anime é que a religião é um tipo de: sacrifício, de escambo, de governo, de prazer sexual, de música e de família alienada.
O principal acerto nessa obra são as reviravoltas, as quais de fato conseguem surpreender muito, mudando conceitos que já estavam formados ainda na premissa. Tudo nesse sentido é feito de uma forma coerente, que pareça natural e instigante. Isso faz valer muito a pena assistir à obra. Entretanto, também existem coisas não tão interessantes por serem genéricas, como os traços, os arquétipos, os cenários, as idols e o fanservice.
Li alguns capítulos do mangá e comparando com o anime não muda muita coisa, mas não é uma adaptação 100% fiel e as mudanças que verifiquei foram todas para pior. Uma das cenas que mais detestei que mudaram foi uma que envolve a Bertrand. No anime a colocam vestida como se fosse uma sambista de carnaval, isso foi tosco, foi vergonhoso e incoerente. Em outras palavras, o anime não tem um bom diretor.
"Oshi no Ko" — Relutei em assistir e iniciei acreditando que não valeria nada, mas terminei a temporada tendo a certeza que foi uma das melhores obras já criadas pela humanidade. Garanto fortes emoções e aulas de como fazer um bom anime.
Esta é uma das críticas mais difíceis que já escrevi. Posto que, é fácil e bom falar dos erros, o difícil é comunicar dos acertos e fazer isso de um anime quase perfeito é um desafio. Portanto, vou focar naquilo que considero os pontos mais fortes desse anime, que o fazem ser tão amado e reconhecido, que é justamente conseguir passar muita emoção e ter conteúdo.
A maioria dos críticos procura não falar sobre emoções, porque é algo tido como subjetivo e por estigmas da sociedade, mas a verdade é que isso é a alma dessa indústria. O que faz alguém ofertar a coisa mais valiosa que o ser humano possui que é o tempo? Sobre tudo é nisso que se baseia o entretenimento. Não interessa uma alta complexidade, algo mirabolante, algo inovador, algo extremamente realista. Absolutamente ter todas essas coisas nada significa se não conseguirem passar emoção, pois é esse o intuito dos realizadores e aquilo que o público almeja. Assim como valores críticos, artísticos e culturais, são secundários, muitas vezes temporais e apesar de não serem rotulados assim tem graus de subjetividades maiores do que o das coisas que transmitem emoções.
Uma das marcas registradas dessa obra, é que em todos os episódios, ou quase todos, fecham com um ápice, deixando um suspense que cativa o interesse pela continuação. Alguns dirão que essa técnica do gancho é velha e isso é verdade, mas funciona e poucas obras conseguiram executar tão bem em tantos episódios como nessa. Também é algo que por deixar de ser tão usual e acertado nos animes até parece inovador. Obviamente foi um ótimo trabalho do diretor de composição de série que soube dividir bem o material dos episódios. Não só desse diretor de composição, mas da equipe toda, pois eu li o mangá e essas cenas não teriam o mesmo peso sem a escolha certa das músicas, dos enquadramentos, do ritmo, das cores, das sombras e da incrementação de mais quadros.
A arte animada possibilita sensações sensoriais maiores, logo detém de mais possibilidades de provocar emoções. Entretanto, conheci a trama antes de ver a maioria dos episódios e a história é viciante por si mesma. Por mais que a equipe do anime tenha muitos méritos e grandes feitos, preciso reconhecer que o autor do material original e a desenhista do mangá tiveram a maior contribuição.
Os personagens dessa história nos fazem ter empatia por eles, a ponto de termos os seus desejos, suas ansiedades, suas raivas e suas tristezas. Uma das maiores marcas para sabermos se os personagens são bons é quando a obra consegue nos colocar neles e sentirmos com eles. Esses personagens também tem arcos completos, mas são bons essencialmente porque nos comovem.
As cenas mais impactantes em ordem são:
Todas as cenas da parte final do 1.º episódio são espetaculares e é o que vende mais a obra. Só preciso comentar que faltou uma coisinha que tem no mangá durante a morte de uma personagem e que se tivesse sido mostrado no anime evitaria algumas críticas bobas.
A cena do final do 7.º episódio, sem exagero algum, a assisti novamente pelo menos uma centena de vezes de tão boa e tão emocionante que ficou. Interessante que não é tão diferente no mangá, mas o pouco que mudaram a melhoram tremendamente. Fizeram que uma cena simples ficasse grandiosíssima com apenas um movimento de câmeras, sombras e uma acertadíssima trilha sonora. Pode não ser a mais impactante, porém é a minha favorita. Depois dessa cena não tinha como não reconhecer que esse anime era uma obra-prima.
As cenas do final do 10.º episódio, melhoraram absurdamente em comparação ao mangá. Pois, foi estendida, os diálogos ficaram mais profundos, o cenário foi alterado, fizeram novos enquadramentos, colocaram sombreamentos que não existiam, deram cores espetaculares e colocaram uma fantástica trilha sonora. Se a cena do episódio sete me fez reconhecer ser esse anime uma obra-prima, essa do episódio dez me fez colocar no top dez de todos os tempos. Essa cena foi tão profunda e mexeu tanto comigo que chorei do começo ao fim, me deu satisfação e um sorrisão. No mais, se eu pudesse retocar a Mona Lisa colocaria apenas mais camadas com mais detalhamento nessa linda fotografia.
A cena do final do 8.º episódio também foi melhorada no anime por conta do enquadramento e do uso de movimento de câmeras. Naturalmente o enredo tornaria essa cena empática, com um tom meio triste seguido por um de satisfação, mas a obra deixou mais dramática com as ótimas expressões faciais da personagem.
No final do 9.º episódio teve um acréscimo de um clip com uma música inteira, o qual no mangá isso era representado somente por um quadrinho. Com certeza enriquece a obra, mas por mais que eu veja valor nisso, o que realmente me impacta é a parte da pontuação de uma personagem. Logo, talvez tenha ficado melhor no mangá, porque sem esse clip no meio da cena as pontuações contrastavam melhor.
A cena do final do 6.º episódio, tem algo muito pesado, não tinha como não ser impactante, mas eu preferi bem mais no mangá por conta que deixaram a personagem histérica e também a trilha sonora não foi a melhor escolha. Uma curiosidade, é que vi um youtuber que odeia a obra comentar que esse episódio era irreal, artificial. Somente para ele quebrar a cara logo em seguida, quando veio à tona as manifestações de uma mãe criticando a obra por realizar algo muito idêntico ao caso real da sua filha.
As cenas do final do 5.º episódio, acredito que nem preciso dizer que viralizou o vídeo da música do Pieyon, muita gente compartilhando, muita gente fazendo uma versão live-action, até a intérprete japonesa da Ruby participou de uma dessas versões. De forma geral curti essa cena, mas o anime não usou o mesmo enquadramento do mangá e o clip ficou um pouco esquisito. Os pensamentos em forma de fala também atrapalharam a cena no anime.
A da escritora de mangá se emocionando no 4.º episódio, é o tipo de cena com conteúdo, com um valor crítico, mas o mais importante é como isso é transmitido. A personagem passa a emoção de assistindo uma adaptação do seu mangá e nós choramos assistindo-a chorar. Foi genial!
A cena do final do 3.º episódio foi ótima, porque deu presença de palco ao protagonista, o deixou imponente e gerou um suspense para a continuação dela que viria no início do episódio seguinte. Para mim essa foi a parte que virei a chave sobre que não seria só um prólogo e que eu precisava aumentar a nota da obra. Também vi um youtuber reclamando que a cena de encerramento do episódio três deveria ter sido um pouco mais adiante. O problema é que não geraria um suspense para uma continuação e essa cena mais adiante é a do início do episódio quatro que não ficou tão boa quanto poderia. O fato é que quiseram incrementar coisas que tiraram um pouco da grande imponência que a cena do quarto episódio tem no mangá. Nessa cena no mangá o protagonista passa muito mais a ideia que está fazendo uma atuação talentosíssima, sendo de fato uma estrela. Também não é somente uma questão de passar a ideia, é de fazer dizendo que vai fazer algo brilhante. Isso é extraordinário!
A cena do show do 11.º episódio, passou emoção, tem mérito por fazer muita coisa em 2D, e novamente o anime expandiu, colocando uma música, criando coreografias, em síntese deu excelentes complementos. Esse arco todo desde o início com a preparação para o show me deixou emocionado o tempo todo com lagrimas e risos. No entanto, eu tenho que ser chato, porque a parte visual dessa cena do show ficou aquém do que eu esperava, do que poderia ser e do que deveria ter sido, principalmente em alguns instantes que focou no público e em questão de detalhamento de cenários. Deixando claro que com isso não estou dizendo que ficou ruim, essa cena é sensacional e digna de fechamento de uma temporada, apenas merecia mais carinho. Se eu fosse o diretor fechava nessa parte ou na cena do carro, porque dava um sentimento maior de conclusão. A cena do carro é uma parte excelente que se mais explorada seria bem melhor.
Outras cenas que merecem menção estão no 1º episódio e são: a morte de um personagem no início; a dança dos bebês que viralizou nas redes; a do Amaterasu; a da Ruby brigando com o Aqua por não ter sido acordada.
O anime trata de alguns temas da indústria do entretenimento, tais como: talento não é o mais importante; obstáculos burocráticos; dificuldades financeiras; comportamento de celebridades; problemas para manter uma imagem ideal; relação de estrelas com os fãs e dos fãs com as estrelas. Em cima dessas temáticas o anime traz conhecimento desse mundo artístico e faz críticas contundentes. Isso é algo muito satisfatório, pois não deixa o sentimento que outras obras trazem de que estamos desperdiçando o nosso tempo sem receber algo agregador em troca. Além do que, são abordagens com perspectivas novas que não precisam ser complexas e profundas para alcançar um maior público.
O tema da indústria do entretenimento é recorrente porque a trama está ambientada nessa indústria, mas esse não é o tema principal do anime e nem o único dos temas secundários. Inclusive a obra trata de outros temas secundários com muita mais profundidade do que esse. Temas como: amor, família, superação, hipocrisia, amadurecimento e responsabilidade. Estão muito entrelaçados com o tema principal da obra que é sobre vingança e mentiras, de tal forma que se confundem e por vezes são a mesma coisa. Eu entendo que coisas comuns são mais facilmente percebidas, mas somente análises rasas que não compreendem a filosofia dessa obra é que só veem a superfície do iceberg.
Outro ponto que poucas pessoas se atentam é sobre a riqueza do simbolismo que essa obra usa e da fonte primária de inspiração do dualismo filosófico, mitológico, místico e lendário advindo da pré-história do Japão. O deus criador do xintoísmo Izanagi teve uma filha chamada Amaterasu, a deusa do sol que nasceu do seu olho esquerdo e da qual descende a família imperial japonesa. Já do olho direito de Izanagi nasceu o seu filho Tsukiyomi, o deus da Lua. Não é somente nas cores e nas estrelas do anime que fica claro esse simbolismo, mas também nas personalidades dos personagens.
Pensei em falar também da abertura e do encerramento de episódios, mas eu preciso mesmo? Provavelmente serão as melhores do ano, assim como todo o anime.
Mashle — No início acreditei ser um desperdício do meu tempo, uma babaquice. Não vou dizer que o anime mudou completamente, mas com o tempo foi me ganhando, as piadas começaram a funcionar e principalmente a jornada ficou instigante.
Só consigo assistir e gostar um pouquinho dos primeiros filmes de Harry Potter. Já One Punch Man é muito mais agradável de assistir, mas também não é uma obra-prima. Estava bem incrédulo que uma fusão desses dois conceitos pudesse funcionar e o início de Mashle só fortaleceu muito essa minha visão, mas com o tempo acabou sendo uma das obras mais agradáveis de assistir dessa temporada. Não pela magia, nem pela parte cômica, mas sim por ter os elementos mais clássicos de uma aventura shounen. Que são: um protagonista bobão imbatível; um grupinho de super amigos acompanhando o protagonista na jornada; anti-heróis; um romance que quase não anda; e sobre tudo boas lutas. Fiquei interessado em saber qual será o final dessa jornada, o quão fortes serão os inimigos que Mashle vai enfrentar, e até onde irão os poderes dele e dos seus colegas (poderes que naturalmente irão escalonar).
Jigokuraku — Gostaria de oferecer uma nota dez para esse anime, tem mais texto que muitos animes prestigiadíssimos, mas tem uma produção bem aquém do seu enorme potencial. Com isso também não estou dizendo que tenha uma produção e uma direção terríveis.
O tempo todo nesse anime sempre está acontecendo algo importante, tudo com ação frenética e com consequências. Isso é bom, pois cai nas graças do grande público, mas o anime teria sido frenético do mesmo jeito se o ritmo fosse um poco mais lento na quantidade de capítulos adaptados por episódio, porque no mangá é tudo rápido e cheio de lutas. Não me parece uma boa decisão acelerar o que já é agitado, até porque o mangá só tem 128 capítulos e o anime adaptou 43 capítulos e meio. Para ficar com o ritmo de três capítulos por episódio que é o mais usual e tido como o mais próximo do ideal, precisaria de mais uns 3 episódios.
O fato do anime ter muito conteúdo para adaptar em poucos episódios, resultou em cortes do material original na adaptação e em não aumentarem quase nada. Basicamente o que a direção fez foi um copiar e colar do mangá, dando inclusive os mesmos enquadramentos, sem praticamente melhorias. Em outras palavras, foi uma direção bem preguiçosa, pertencente a um estúdio super lotado, que oferece animações visualmente razoáveis e nada mais.
Essa questão da parte visual é uma decepção, pois apesar de o anime ter belas cenas, confesso que pelo trailer imaginei que seriam algo espetacular. Principalmente nas cenas de luta era onde esperava muito mais aprimoramento, mas a produção estava aquém das minhas expectativas e o que entregaram foi apenas um aceitável. O diretor não melhorou nada nas batalhas em relação ao material original em nenhum sentido possível. Nem com uma trilha sonora mais decente que passasse melhor o drama e desse o clima de impacto. Posso dizer que com esse trabalho de direção que talvez até tenham piorado as lutas, tendo em vista que não souberam dar ápices a altura do potencial que essa história oferece.
O anime censurou consideravelmente o ecchi, diminuindo bastante as cenas, mas o que realmente vai marcar essa obra serão os seios sem mamilos, os quais viraram piada. Isso é irônico e bem inesperado, porque desde o início e o tempo todo o anime é muito violento. O sangue é vermelho e jorrou solto com todo tipo de gore. Claramente não é uma obra para crianças, não vai sair em muitos canais mundo afora e não vai receber uma classificação baixa para justificar certas decisões.
Outra censura que o anime fez foi a omissão de uma piada com um cego, a cena fica estranha porque logo em seguida falam da piada que não existiu no anime. Obviamente censurar apenas algumas coisas é contraditório, deixando isso ser uma clara sinalização de "virtudes" para a agenda do politicamente correto.
Definitivamente história não era o que eu esperava de um anime shounen de batalhas, mas a obra superou em muito as minhas expectativas nisso. Justamente o que eu estava mais receoso demonstrou ser o grande trunfo. Não é uma história extremamente complexa, mas tem subtextos e um bom conteúdo com certa profundidade filosófica e religiosa. A temática principal do anime é a busca pela imortalidade, que aos poucos a obra vai dando contornos e perspectivas próprias. O anime também trata da filosofia do equilíbrio (yin e yang), muito presente na cultura oriental e já retratada diversas vezes em animes, mas nessa obra isso é explorado com profundidade, ousando na relação que tem com os sexos.
Lamentei não ter dado um dez a esse anime por conta de ser uma trama imersiva que merecia um estúdio que a tratasse melhor. O que mais torna envolvente este enredo são os personagens, com seus passados desenvolvidos, com profundidade psicológica, com propósitos, com personalidades que evoluem durante a jornada, com identidades bem distintas, com camadas que vão sendo reveladas, com dimensões que os tornam humanos, e tudo isso é uma combinação para passar muitas emoções. Um dos pontos mais explorados dos personagens são as suas motivações, das quais suas fraquezas podem ser força, isso estando ligado diretamente a filosofia dessa obra, mostrando ser um texto coeso que se autoalimenta, portanto, é uma trama maravilhosamente bem escrita. Outros pontos interessantes abordados sobre alguns personagens são suas determinações para assumir fardos, seus interiores vazios, suas empatias pelas vidas ceifadas, suas dúvidas, seus medos. No mais é uma obra cheia de surpresas, fascinação, suspense e dramas.
Kimi wa Houkago Insomnia — O anime não é tão monótono como temia, mas ainda é bem difícil de ser assistido. Mesmo o romance progredindo, fugindo de clichês, sendo muito belo, tendo personagens carismáticos, e histórias comoventes.
Assistindo apenas um ou dois episódios quaisquer dessa obra, não passam de forma alguma a sensação que é monótona, sobre tudo porque os personagens são bons e é gostoso de ver a relação entre eles. A minha primeira impressão foi positiva e de surpresa, pois eu estava esperando que fosse ser um marasmo. No entanto, o problema é assistir mais episódios, porque dá uma indisposição tremenda. É tipo uma sensação de como se a obra não tivesse mais nada a oferecer.
Está faltando algo para fazer as pessoas a quererem ver o próximo episódio e nesse sentido é maçante. Talvez isso seja pela falta de uma grande problemática para cativar, mesmo que nos momentos que eu estava de fato assistindo não tenha me incomodado com isso. Pode ser que seja porque ver um episódio dá a impressão de como se já soubéssemos de tudo, mesmo que a obra esteja fugindo de clichês. Talvez a falta de cliffhangers nos finais de episódios às vezes façam muita diferença. Não sei ao certo qual é o exato motivo do problema dessa obra, que apesar de ser ótima em alguns sentidos é cansativa em outros.
Acredito que teria funcionado bem melhor se eu tivesse visto dublado. Para esse anime especificamente também recomendo assistir vários episódios de uma vez, pois o torna menos exaustivo do que ver semanalmente. Isso é lastimável, pois é um anime tão belo em tantos sentidos.
Melhor Personagem Masculino da Temporada Spring 2023:
Aquamarine
Melhor Personagem Feminina da Temporada Spring 2023:
Kana Arima
Melhor Design de Personagem da Temporada Spring 2023:
Isekai de Cheat Skill wo Te ni Shita Ore wa, Genjitsu Sekai wo mo Musou Suru: Level Up wa Jinsei wo Kaeta
Parte 1 – Impressões finais da temporada Spring 2023.
Kimetsu no Yaiba: Katanakaji no Sato-hen — No tocante ao visual é espetacular, também tem uma boa direção e dão aos heróis bons desenvolvimentos. Entretanto, ironicamente os vilões transmitiram pouca emoção. Ademais, faltou suspense, apreensão, elos e um clímax extraordinário.
A maioria dos vilões dessa franquia tinham uma história, essa fórmula não é uma regra obrigatória para todos os animes, mas eu senti que nesse título faltou isso. Pois, entre outras coisas, era coerente com a visão que estava sendo construída do protagonista de considerar apenas o Muzan como um vilão de verdade, contrariando a dos outros caçadores que consideravam todos os onis maus e não vítimas. Também faz diferença porque essas coisas tornavam os vilões mais complexos, mais orgânicos e os humanizavam. Outro ponto é que fazia o público ter empatia pelos vilões ou pelo menos tornava mais compreensível as atitudes deles. Não era simplesmente aquele vilão raso que é mal por ser mal. Logo, eles passavam emoção quando estavam perdendo ou mesmo ganhando. Alguém pode dizer que no último episódio mediante um flashback nos instantes finais de um deles foi trabalhado algo assim, mas convenhamos que nos poucos segundos que apareceram essas memórias, não deu para trabalhar nada.
O desenvolvimento dos heróis com dramas instigantes foi bom, mas o modo como isso foi feito é outra história. Não tenho absolutamente nada contra flashbacks, porém é um recurso usado demais na franquia de Kimetsu, e ter os três novos heróis que são desenvolvidos nessa temporada com flashbacks dos seus passados no meio das lutas é no mínimo uma falta de inspiração. O motivo para ser feito exatamente assim, de colocar o flashback justamente no meio da batalha, é que faz a luta se prolongar, a fazendo parecer grandiosa e elevando o clima do conflito. Portanto, pensando nisso até ignoraria sem problemas ser algo repetido, se essas recordações demonstrassem um elo significativo para com as lutas, mas com exceção de uma dessas recordações as outras eram irrelevantes e mesmo a que foi relevante é pouco relevante. Na minha opinião pareceu um trabalho preguiçoso da autora, que simplesmente não tentou encontrar outra forma melhor de contar a história desses personagens.
Se um dos heróis morresse, fosse mutilado, ou pelo menos que o anime nos fizesse acreditar que coisas assim poderiam acontecer, passaria a sensação de consequência, um maior drama e apreensão. Entretanto, confesso que minha maior apreensão era com relação aos figurantes da vila dos ferreiros, o que eu acredito que pela posição deles de figurante não deveria ser. Nessa altura da franquia já está escancarada a prisão na fórmula de que os protagonistas apanhariam muito para no final ficar tudo bem com todo mundo.
Não existindo riscos para os mocinhos, e o anime não se dando ao trabalho de desenvolver pelo menos uma grande antipatia pelos vilões. Como com essas circunstâncias gerar um clímax épico? Talvez poderia ser por meio do suspense? No entanto, para desenvolver um suspense é preciso no mínimo mistérios e poucos são os que restam a serem revelados. Ademais nessa temporada não trouxeram outros grandes mistérios. Piora mais ainda para o climax quando o anime faz comédia ou traz uma áurea alto astral em momentos que deveriam ser delicados.
Dito tudo isso pode parecer que o anime é ruim, porém não. Destaquei as falhas porque poucos falam delas, mas o que tem de bom é realmente excepcionalmente bom. A Ufotabel abala os pilares do entretenimento quando se trata de produção de ponta em termos de áudio e visual. Além disso, o diretor fez milagres acrescentando várias cenas que melhoram absurdamente o material original. No mais, é uma obra que cativa a querer assistir e a continuar assistindo.
Um adendo, essa em tese é a terceira temporada, se desconsiderarmos que fizeram uma temporada com o arco do trem. Ironicamente padece do mesmo mal de Homem-Aranha 3, sendo esse o excesso de personagens, principalmente de vilões.
Dr. Stone: New World — A primeira metade, com exceção do final do episódio três, está abaixo das temporadas anteriores. No entanto, a segunda metade apresentando novos personagens, novos inimigos e desafios, deu uma elevada considerável no anime.
Alguns diziam que esse seria o pior arco do mangá, confesso que independente disso as minhas expectativas eram baixas para essa temporada e o início estava dando indícios que o anime realmente seguiria essa linha. Entretanto, da chegada na ilha em diante o anime mudou bastante e de uma forma que eu não imaginei que gostaria tanto. Surpresas, mistérios, reviravoltas, personagens estilosos e um pouco de fanservice. Só não dei uma nota melhor porque faltou um grande momento deslumbrante, algo que me emocionasse assim como teve nas temporadas anteriores. Por fim, quero deixar registrado o quanto gostaria de romance nessa obra.
Boku no Kokoro no Yabai Yatsu — O romance é bonito, mas é principalmente divertido de acompanhar, bem cativante e aos poucos evolui. Algumas impressões iniciais mudam com o decorrer da trama, pois o roteiro é muito bem escrito. Já os personagens são carismáticos e com identidades.
Uma coisa interessante a se comentar é a “tradução” que fizeram de certa cena para a versão em inglês, adicionando o termo Mansplaining, um encaixe forçado que não tinha no mangá, nem na versão japonesa do anime. Só posso dizer que isso é doença da militância e são exatamente por não ter essas loucuras que as obras japonesas são boas.
A frase era: “ O quê? Eu comecei a explicar moda literalmente para uma modelo profissional? ”. A versão em inglês estava: “ O quê? Eu comecei a mansplaining fashion para literalmente uma modelo profissional? ”. Que nojo da doença americana, que nojo, que nojo.
Outro fato interessante sobre esse anime que vi na internet é de estar sendo acusado por um youtuber conservador de ser um anime yaoi (boys love). Eu não sei mais detalhes dessa acusação, porque assim que ouvi isso desisti do vídeo a fim de manter um pouco de sanidade mental.
O anime sofreu preconceitos, pois a primeira impressão é de ser um romance infantil escolar saturado, e de certa forma isso não está errado. No entanto, a obra é tão bem escrita que o anime consegue não apenas ser bom, mas extrapola em muito a demografia que seria alvo, se tornando um dos melhores animes da temporada. Outro ponto de preconceito foi o protagonista escuro, mas ele não é do mal, como a primeira impressão pode deixar e pessoas precipitadamente possam julgar. Apenas o personagem é mais complexo e problemático do que o habitual.
Para efeito de comparação e entenderem melhor o meu ponto, na temporada anterior a essa saiu um anime de romance chamado Otonari no Tenshi-sama, o qual tem um romance muito singelo, mas é somente isso. Justamente o que faltou em Otonari foi colocado em Boku no Kokoro, posto que para que uma história se torne cativante é preciso uma problemática e de preferência personagens imperfeitos, mesmo que o romance seja puro e os personagens carismáticos. Ademais a relação romântica em Boku no Kokoro vai continuamente evoluindo em seu próprio ritmo, de forma atraente que não pareça ser rápida nem parada. Melhora mais da metade em diante dos episódios, quando o ambiente sai um pouco mais do escolar, demostrando uma progressão na relação do casal.
My Home Hero — A premissa é maravilhosa, mas o desenvolvimento tem vários momentos muito irritantes em função do protagonista que é revoltantemente fraco. Em um momento ele até consegue de maneira interessante superar os problemas, porém até lá é angustiante.
Acreditei que estouraria de popularidade ou que pelo menos com o passar dos episódios aumentaria significativamente, porém isso infelizmente não aconteceu. Julguei que independente da popularidade seria sensacional, mas também não foi. Apesar dos problemas a obra me fez gostar dela a ponto de não me arrepender de ter assistido e de ficar querendo uma segunda temporada que dificilmente haverá, mesmo tendo material para isso. De qualquer modo não desaconselharia, porque o final foi ótimo e é bem fechado.
Vinland Saga Season 2 — Incomoda algumas filosofias e a cena dos cem socos, a qual é melhor no anime, já o diálogo que a segue é melhor no mangá. Entretanto, tirando isso, é uma obra absurdamente primorosa em todos os aspectos que possam ser avaliados.
Essa temporada é melhor que a primeira, posto que ao contrário da anterior se mantém em um nível elevadíssimo durante todo tempo, em todos os episódios e sem precisar ficar apelando para a ação. Inclusive quase sempre também é melhor que o mangá, mérito do diretor que amplia a obra. Temos que bater palmas não somente para a direção, mas para o estúdio, para toda a equipe, para os produtores, para todos os que acreditaram e possibilitaram que esse projeto fosse realizado com muito carinho.
Não concordo com algumas filosofias do anime, pois as considero irreais de um ponto de vista lógico e a luz da história. Entretanto, respeito muito uma obra que tenha algum conteúdo e se proponha a fazer as pessoas pensarem. Outro ponto, admiro que tentem passar uma mensagem positiva de arrependimento, de mudança, de reedificação, de liberdade e de paz. No mais, são pensamentos muito coerentes com o tipo de personagem quebrado e contextualizado ao ambiente que se enquadrava. Conteúdo e complexidade é isso o que espero de uma boa obra direcionada para um público adulto.
A obra tem um grande roteiro e um espetacular trabalho de personagens, é tão grandioso o que fazem nesse sentido que tenho dificuldade em expressar essa magnitude. Os personagens têm arcos completos, complexos, surpreendentes, superadores, instigantes. O fato é que isso resulta em belíssimas, reflexivas e impressionantes cenas dramáticas. Acompanhadas de um espetáculo visual com uma não menos espetacular trilha sonora. Como se não bastasse tem uma direção que sabe oferecer os enquadramentos certos, com tons de cores certas e com o ritmo certo, logo não tem como não se emocionar.
Kubo-san wa Mob wo Yurusanai — O anime é focado em um romance fofo, com pitadas de comédia e algumas problemáticas. A singeleza do romance combinaria melhor com algo mais verossímil e não me agradam os traços de forma geral.
Em tese esse não era para estar nas impressões finais dessa temporada, pois saiu na passada e deveria ter finalizado nela, mas teve problemas de produção e ficou com duas metades. Não me angustiou em assistir tanto à segunda metade quanto pesou a primeira, talvez porque a progressão do roteiro possibilitou isso. Outro ponto são os traços mais puxados para o cartunesco que incomodavam, mas que me desagradavam menos na segunda metade, talvez por eu ter me acostumado. Fato é que a segunda metade é superior à primeira e talvez tudo isso seja por conta que maior tempo de produção tenha dado resultados. Entretanto, a infelicidade do destino é incontrolável, e essa obra tem a mesma dinâmica e muitos elementos parecidos aos do anime Boku no Kokoro, que saiu nessa temporada e é inegavelmente bem superior.
Kono Subarashii Sekai ni Bakuen wo! — O ponto forte é o enredo internamente bem mais coeso do que o da obra original e a Megumin tem seu carisma. No entanto, não tem os mesmos grandes momentos cômicos e alguns encaixes com a obra original parecem forçados.
A Megumim é a menos pervertida e a mais normal do quarteto original. Por isso não tem como oferecerem certas piadas escrachadas em uma trama contendo somente ela desse quarteto e principalmente sem o Kazuma para fazer um par. No entanto, isso não quer dizer que o anime não tenha encontrado outros modos de ser engraçado e de que não tenha fornecido outros personagens para fazerem interações cômicas.
Avaliar é comparar e comparando em questões mais técnicas de produção, visualmente essa temporada parece um pouquinho superior que às duas temporadas da série principal. Também fecha muitas pontas soltas que a franquia tinha deixado e nesse sentido é recomendado para quem seja muito fã. No mais é uma obra com um final bem fechadinho, sem espaço para uma continuação que não seja na sequência principal.
O Kono Suba original sempre demonstrou pouca preocupação com a história e focou nas piadas. Isso me inquietava muito, porque a trama parecia sem rumo, jogada, mal arranjada e as vezes incoerente. Já nessa senti que houve uma direção e uma coesão. Dito isso, teria melhor êxito se não existisse uma obra original, porque onde senti que forçou foi para fornecer fanservice e encaixar coisas da obra original.
O primeiro episódio tem seus pontos positivos, mas dormi nele e foi o que achei mais difícil de assistir. Quase todos os episódios tiveram alguns momentos cativantes, porém somente do meio em diante da temporada foi que apreciei um pouco mais a trama. Sendo assim fiquei bem em dúvida sobre qual nota daria a essa obra, visto que em alguns aspectos é melhor que a original, mas em outros não.
Não é um trabalho que eu ame, que me arrependeria se não tivesse assistido, mas o contrário também é verdade, pois não me arrependo de ter assistido. Injusto acusarem de ruim, é gostoso e a única coisa que achei de fato amargo foram as mortes de dois personagens.
Yuusha ga Shinda! — Tinha muito potencial e há alguns momentos altos, mas no geral não foi como deveria. O principal problema foi que não acertou o timing cômico. Talvez funcionasse com uma comédia mais escrachada e faltaram elementos sérios contrastantes.
Tentaram trazer um humor do tipo Kono Suba, que tem uma fórmula comprovadamente acertada de paródia com fantasia, ação e ecchi. No entanto, fizeram sem uma Aqua, sem uma Megumin e sem uma Darkness, apenas com o Touka que é uma versão um pouco mais virtuosa do Kazuma. Tem um ou outro momento que algum outro personagem além do Touka é utilizado para tentar produzir algo cômico, mas geralmente não funciona e são momentos pontuais de personagens que não fazem um par cômico com o protagonista. Mesmo o Touka, justamente por ser um Kazuma mais correto, nesse quesito cômico só tem resultados ligeiramente aceitáveis da metade em diante do anime.
Logo no início da temporada dei uma olhada no mangá e as piadas funcionavam muitíssimo melhor nele. Não vou exagerar e dizer que o mangá é perfeito, mas se tivesse sido adaptado para anime pela equipe correta, por pessoas que melhorassem a proposta, poderíamos ter tido algo excepcional. Definitivamente precisava de um diretor bom para oferecer principalmente o ritmo certo, o tom certo, explorar as coisas certas e cortar as coisas erradas. A produção também parece ter tido baixo orçamento, pois a obra tem traços comuns, cenários genéricos, cores inadequadas, ausência de trilha sonora em alguns momentos, e carência de mais expressão faciais engraçadas.
Com fazer piadas sem contrastes? Penso que a obra deveria ser mais escrachada, mas deixar isso cômico necessita de uma parte séria. Existe uma falta de contrastes, e não é que não tenha nenhum, apenas não são o suficiente. O herói morto não parece sério, o reino não parece sério, os vilões não parecem sérios, o prefeito não parece sério, os aliados não parecem sérios, quase nada parece sério. Quando tudo é uma piada, nada funciona como uma piada.
Para manter um clima típico de aventura, ao mesmo tempo que nada é tratado a sério, também nada é tratado totalmente como uma piada. Não é só questão de não funcionar porque tudo é piada, é porque tudo é um meio-termo. Tem uma frase bíblica que diz o seguinte: “porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei”. Ademais essa falta de seriedade também torna toda a trama pouco crível, forçada. Boas piadas são subversivas, inusitadas e inteligentes.
Não vou dizer que foi de todo ruim, visto que o anime tem uma aventura que deixou com um gosto de querer ver onde essa história vai chegar. Outro ponto foi que amei a abertura, pois resume bem a obra e também tem uma ótima música. Além disso, gosto muito de personagens do tipo Jiraiya, ou Mestre Kame, que produzem um humor impoliticamente correto. No mais, o anime tem umas Waifus bem interessantes.
Tonikaku Kawaii 2nd Season — Tem a sua beleza, tem o seu valor, mas nessa temporada as progressões em todos os sentidos foram extremamente lentas. Pior, repetiu as mesmas coisas da primeira temporada, com pequenos escalonamentos, o que obviamente saturou.
Lamento demais não terem entregue algo melhor nessa temporada, porque é uma obra riquíssima pelas inúmeras referências ao conto do Cortador de Bambu, a mais antiga narrativa japonesa. Conto o qual deriva a lenda que deu nome ao monte Fugi. Também não é somente dessas belas raízes lendárias que o romance se sustenta. Pois, oferece novas perspectivas, com novas reflexões e a trama segue mais uma linha de ser uma continuação.
Certas abordagens temáticas já tinham dado tudo o que podiam oferecer na primeira temporada, e escaloná-las ainda mais não era algo interessante, pior ainda é repeti-las escalonando só um pouquinho. A obra precisava ter reinventado a sua problemática, sem perder a sua alma e mantendo um subtexto com conteúdo. O caminho correto para isso era focar nas revelações de alguns dos mistérios e oferecer um aprofundamento das mitologias.
Assisti quase oito episódios legendados e o restante final dublado. Eu não sabia que a dublagem estava sendo simultânea ao lançamento. Foi insuportavelmente maçante assistir legendado, pois a progressão estava sendo lenta e a dinâmica era repetitiva. Chato! Entretanto, melhorou absurdamente ao assistir dublado, porque como eu não tinha que ficar muito atento ao texto podia apreciar a obra mais como uma descontração. Em resumo, é daquele tipo de anime que é feito para só funcionar se for assistido dublado. Logo, a minha experiência ficou comprometida pela forma errada como a consumi.
O Melhor diálogo foi no episódio 11. Nasa pergunta: "por que as pessoas se casam". Tsukasa responde: “… porque ninguém vive para sempre”. Foi algo profundo, foi filosófico, foi inteligente e meio que explica porque uma imortal não tinha se casado ainda. Essas sacadas geniais de conteúdo me dão um sorrisão, são coisas assim que gosto de ver em obras.
Talvez eu esteja sendo muito duro com esse anime, porque tem muitas coisas singelas, belas, inteligentes. No entanto, pesou como o assisti no meu julgamento e não me emocionou a ponto de quase chorar como na primeira temporada.
Tengoku Daimakyou — O mangá já era comedido e sem foco no fanservice, mas o anime multiplicou absurdamente a censura. Está comprometidíssimo com o politicamente correto, isso é profundamente desapontante. No mais, o tom do mundo não combina com apocalipse.
Em um mundo com uma ordem normal estabelecida, certas coisas acontecem cotidianamente, as quais podem e precisam ser abordadas sem amarras. Ainda mais em algo que é direcionado para um público adulto, como deveria ser o caso dessa obra. Mesmo no mangá senti uma fortíssima relutância em quererem abordar a temática sexual, por mais que em um mundo apocalíptico fizesse extremo sentido. É perceptível o medo em fazerem isso pelos poucos momentos que a obra mostra coisas assim, com cenas rápidas e pouco sexuais. Nitidamente dava para ver a preocupação extrema dos criadores de que sua obra pudesse receber críticas e ser rotulada. O que torna o trabalho capado pelo politicamente correto, obviamente incompleto.
O primeiro momento dessa temporada com ecchi, eram de meras imagens de uma garota nua, que no anime foram ainda mais censuradas. De qualquer modo entenderia mudanças pontuais nessa cena, porque estava no início do anime e não podia espantar o público. Também não eram imagens que fariam muita diferença para a trama, e os desenhos da personagem ficaram melhor do que no mangá. Aprovei a mudança principalmente porque mesmo mostrando menos ficou mais sensual.
A segunda cena com ecchi era de preliminares sexuais e novamente no anime houve mais censura, mudando ângulos e mostrando menos dos corpos. Entretanto, esse nem foi o problema e sim que mudaram para um tom bem mais cômico, quando no mangá tinha bem mais sensualidade nessa cena. Não vou dizer que prefiro a adaptação do anime, mas dava para tolerar porque o tom não ficou ruim.
Já o que fizeram com a terceira cena com ecchi é revoltante demais. Não contei os quadros do mangá, mas com um simples olhar por cima dava para perceber que não adaptaram nem a metade. Para aliviarem ainda mais ficaram intercalando com outras cenas, as quais não tinham referência alguma com o que estava acontecendo naquele contexto e pertenciam a outro capítulo mais à frente do mangá. Os desenhos também estavam feios, como exemplo: simplesmente despeitaram a garota, para não mostrarem no espelho os seios dela. Podiam ter pelo menos mudado o ângulo, mas a deixaram com os peitos na barriga e cobertos com um braço. Tudo foi muito rápido no anime para o tamanho que tem essa parte no mangá, logo não passou o peso emocional que deveria para o público, nem a magnitude que esse evento tem para a trama e para os personagens. Alguém muito ultra sensível ou simplesmente alguém que queira lacrar, vai dizer que se chocou, mas a verdade é que a cena no anime não passou quase apreensão e cortou muitíssimo do mais importante que era como a Kiruko estava reagindo aquilo tudo.
Falei bastante das cenas de ecchi, mas elas não foram as únicas que sofreram censuras, as cenas de ação com mais violência também foram censuradas. Uma das que mais senti o impacto dessas alterações foi a cena do barco. Nessa cena no mangá havia um casal namorando, o qual não é mostrado no anime. Isso fez muita diferença, pois a morte desses personagens deixaria a cena impactante, aumentaria o drama, e combinaria com o clima proposto pela obra.
Tem outras alterações que não foram censura, mas que geraram incompreensões ou compreensões equivocadas. Um exemplo é a cena da morte da mãe do Jugo, na qual no anime não diz que o grito do traidor acordou as mulheres. A simples falta dessa frase faz diferença para o entendimento da cena, pois a morte fica sem explicação. O que realmente no mangá passa é que o pai do Jugo pretendia fugir com o seu filho a noite sem a mulher, como ela não permitiria levar o filho foi morta por ele. Um youtuber muitíssimo famoso chegou ao ponto de dizer que quem morreu foi o traidor, e que o pai do Jugo estava fugindo com a mulher.
A única cena que esse diretor mexeu, que talvez seja digna de algum elogio é a cena final do episódio oito. No geral o trabalho desse diretor foi um copiar e colar do mangá, com os ápices profundamente censurados e estragados. Ainda bem que não tenho um caderno da morte, mas com certeza o nome desse diretor vai entrar na minha lista negra e vou correr de qualquer trabalho que ele puser as mãos.
Estou culpando muito o diretor, mas a culpa pode nem ser toda dele, porque quem comprou os direitos de exibição desse anime foi a maldita da Disney e todo mundo sabe como essa organização é ideologizada. Certamente deve ter sido acordado alguma censura prévia com a desculpa de mercado. Minha esperança na humanidade é de que essa desgraça chamada Disney está acumulando prejuízos.
Uma das poucas coisas que eu esperava que a adaptação fizesse e poderia ter feito, era que mudassem um pouco o tom do mundo para algo que aparentasse ser mais apocalíptico. Isso nem seria muito difícil, porque no mangá não tem cores, não tem sons, bastava fazerem as escolhas certas. Se eu fosse o diretor também faria algumas alterações nos cenários e na trama, para que o anime realmente conseguisse parecer que tinha um mundo apocalíptico.
O mangá tem coisas pesadas que poderiam ser muito mais pesadas e precisavam ser mais pesadas. No entanto, o que era para ser uma aventura apocalítica virou um passeio no jardim de infância. Infelizmente o que fizeram foi cortar o pau no mangá e arrancar as bolas no anime. Realmente quem fez a transição de gênero e foi estuprada foi a obra. A arte precisa ter a liberdade poética para ser um reflexo da realidade que muitas vezes é cruel, é trágica, é impactante.
Yamada-kun to Lv999 no Koi wo Suru — Lembro que mesmo apostando nele, desconfiava que seria difícil levarem o anime com essa proposta por doze episódios, mantendo o interesse elevado na obra. Bem, agora que acabou, não acho que foi nada fácil, mas admito que conseguiram.
Por conta da proposta tem momentos que o anime trabalha coisas que em outros animes provavelmente seriam chatas ou vergonhosas, mas é impressionante como essa obra consegue desenvolver essas coisas tão bem. Certamente isso é mérito de um enredo excepcionalmente bem escrito e de um diretor que soube oferecer o ritmo correto para tudo, mas se tem outro fator que devo destacar são os personagens que nos dão muito contentamento. Todos os personagens são ótimos e em especial o casal principal. O protagonista fica muito melhor no final, mas a Akane nos conquista desde os primeiros instantes.
Com personagens jovens demais os romances ficam muito infantis, e é preciso uma maior suspensão da descrença para podermos acreditar que esses personagens teriam a maturidade para agir da forma como essas histórias os conduzem. Já com mais velhos, tendo em vista que pessoas reais mais velhas geralmente são bem diretas nas relações amorosas, o romance poderia perder a magia. Logo, para produzir uma história com personagens assim, é necessária a boa vontade do público em acreditar que a trama seguiria certos rumos. Em virtude desses fatos, optar por fazer um romance com personagens do final da adolescência e início da vida adulta é a escolha que oferece maior verossimilhança.
Não é somente por parecer uma trama mais realista que gostei dessa proposta com personagens de idade meio-termo. Tendo em vista que a maioria dos animes pega personagens novos demais ou velhos demais, pegar um meio-termo possibilita a desenvolver situações menos exploradas. Tais como um romance desconstrutivo e com ótimos finais de episódios que criam expectativas. Além de tudo, esse anime tenta trazer um romance com uma temática mais atual envolvendo jogos online.
Não esperava um romance tão bom desse jeito, sinceramente fazia tempo que via algo desse tipo nesse nível. Superou toda e qualquer expectativa que eu tinha sobre essa obra e merece palmas.
Isekai Shoukan wa Nidome desu — Grande perda de tempo, não tem nada que seja realmente bom, a produção é fraca, a direção é ruim, o roteiro é um lixo. O que mais tem são clichês, incoerências e coisas que dão vergonha alheia.
Tão lixo que não tenho a mínima disposição de escrever mais uma linha se quer sobre esse anime. Também sinto que qualquer coisa que eu escreva após ter dito que é um lixo será desnecessário e meio que redundante. Esse anime é muito medíocre, é uma referência de como uma obra não deve ser feita. Se fosse uma inteligência artificial que tivesse escrito o roteiro não seria tão genérico, tão vergonhoso, tão desconexo, tão imbecil, no mínimo seria inteligente. As garotas não prestam, o protagonista não presta, os vilões não prestam e a produção é mequetrefe. Socorro!
No começo da temporada fui ler o mangá e vi umas piadas boas com ecchi no início dele, mas foram absurdamente censuradas na adaptação para anime e estragou a comédia delas. Por conta disso eu pensei que mais à frente poderiam aparecer cenas interessantes, mas que ledo engano, essa obra é um perfeito combo de ruindades. A única coisa que aparentemente tinha de bom no mangá o anime conseguiu estragar.
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Quanto a mangá eu não tenho muito hábito de leitura mesmo, mas tenho muitos que quero ler ainda
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